quinta-feira, 18 de abril de 2013

Lucia Lobato acusa dois juízes portugueses de denegação de Justiça



A antiga ministra da Justiça de Timor Leste acusa dois juízes portugueses de denegação de justiça. Lúcia Lobato, condenada a 5 anos de cadeia por participação económica em negócio, diz que os juízes do Tribunal de Recurso combinaram não a libertar e um outro juiz internacional foi ameaçado para votar no mesmo sentido. O caso também já chegou aos conselhos superiores da magistratura dos dois países, com a denúncia de uma juíza portuguesa, que acusa os colegas de falta de isenção.

18 de Abril 2013 as 12:49
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NOTISIA IHA TETUN

Juiz halo denunsia katak tribunal Timór ladun iha izensaun

Juiz feto husi Portugal, Margarida Veloso ne’ebé uluk hanesan inspetora judisiál iha Timor-Leste, no halo parte mós iha Konsellu Superior Majistratura (CSM sigla iha lian portugéz) dehan tuir faktu ne’ebé iha hatudu katak juiz sira ne’ebé mantén kordenasaun husi eis-ministra Justisa Timór, Lúcia Lobato nian la lós. 

Tanba ida ne’e hanesan Tribunal Rekursu Timor-Leste ninia desizaun hodi lasimu pedidu “habeas corpus” ne’ebé hato’o husi antiga ministra Justisa Lúcia Lobato ne’ebé hetan kastigu tinan lima komarka, tanba partisipasaun ekonómika iha negósiu. 

Tuir fonte CSM ba Lusa katak hala’o ona inkéritu ida ba kazu iha Timor-Leste no konsellu hatan ona saida mak Timór husu hodi haruka juiz portugéz na’in rua ba diriji prosesu investigasaun. 


Tuir karta ne’ebé Lusa hetan asesu iha loron 27 fulan Fevereiru liu ba, Margarida Veloso dehan ba vise-prezidente CSM, Bravo Serra no prezidente Konsellu Superior Majistratura Judisial Timor-Leste kona-bá saida mak nia hatene katak desizaun hotu kona-bá prosesu refere “lalós tanba sala jurídiku kontra justisa, hanesan iha kazu konkretu nomós iha sistema justisa hothotu”. 


Eis-inspetora fó sai katak hafoin pedidu libertasaun imediata (habeas corpus), nia simu email ida husi juiz internasional ne’ebé identifika iha karta CSM nian nomós ho desizaun ne’ebé foti kona-bá kazu Lúcia Lobato bele konklui katak “iha dúvida” ho “independénsia husi tribunál” Timor-Leste nian. 


Margarida Veloso halo alerta katak haree ba faktu ne’ebé haktuir iha email, juiz internasional na’in ida (ne’ebé mós indentifika iha denúnsia) desidi atu la konkorda ho desizaun ne’ebé tribunal fó ba eis-ministra ne’e, tanba hetan ameasa katak sei la renova ninia kontratu. 


Tuir faktu ne’ebé iha, ameasa atu la renova kontratu husi juiz portugéz na’in ida ne’e hahú husi majistratura timor-oan ida, karik juiz internasional ne’e desidi hodi liberta Lúcia Lobato, liu husi aseitasaun pedidu “habeas corpus”. 


“Hakarak dehan liu tan katak faktu ne’ebé sériu ne’e, la sirkunskreve ba kazu konkretu no pior liu mak arguida ne’e hanesan ema importante ida mós iha Governu Timor-Leste uluk, maibé tanba kompromete ho forma iremediável entaun estraga sistema judisiál hothotu, liu-liu iha nasaun ne’ebé ninia sistema judisiál foin hahú la’o no konsolida hela”, tuir karta ne’ebé haruka ba CSM no hetan asesu husi Lusa. 


Hanesan inspetora judisiál ida iha Timor-Leste durante tinan tolu, Margarida Veloso (dezembargadora jubilada iha Portugal), hatutan tan katak “labele haluha atu halo denúnsiu kona-bá situasaun refere ba entidade kompotente no hodi efeitu hirak ne’e bele la’o di’ak”. 


Juiz feto ne’e lahetan justifikasaun ba “sala tékniku ne’ebé iha”, tanba “majistratura sese de’it iha esperiénsia no kualidade téknika di’ak”. 


Nota katak juiz feto timor-oan ida mós la halo tuir norma ne’ebé prezidi husi kompozisaun koletivu husi Tribunal Rekursu. 


Eis-ministra Justisa Timór, husi tempu governasaun Xanana Gusmão nian hetan kastigu iha loron 8 fulan Juñu tinan kotuk, no Tribunal Distritál Dili foti desizaun hodi fó kastigu tama ba dadur-fatin durante tinan lima tanba halo partisipasaun ekonómika iha negósiu, relasiona ho kazu sosa fardamentu ba guarda prizioneiru sira. 


SAPO TL ho notísia Sic 


NOTICIA EM PORTUGUES

Juíza portuguesa denuncia falta de isenção de tribunal timorense


A juíza portuguesa Margarida Veloso, antiga inspetora judicial em Timor-Leste, participou ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) factos que considera indiciarem que os juízes que mantiveram a condenação da ex-ministra da Justiça timorense Lúcia Lobato não foram isentos.

Em causa está a decisão do Tribunal de Recurso de Timor-Leste que recusou  o pedido de 'habeas corpus' da antiga ministra da Justiça timorense Lúcia  Lobato, condenada a cinco anos de prisão por participação económica em negócio.

Fonte do CSM revelou à Lusa que decorre um inquérito ao caso em Timor-Leste  e que o conselho, respondendo a uma solicitação daquele país, destacou dois  juízes portugueses para dirigirem o processo de averiguações. 

Em carta datada de 27 de Fevereiro passado, a que a agência Lusa teve  acesso, Margarida Veloso comunicou ao vice-presidente do CSM, Bravo Serra, e ao presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial de Timor-Leste, o seu entendimento que as decisões relativas aquele processo "padecem de  erros jurídicos susceptíveis de contender com a Justiça, no caso concreto, e com o sistema de justiça no seu todo". 

A ex-inspetora relata que, após a decisão sobre o pedido de libertação imediata (habeas corpus), recebeu um email de um juiz internacional, que  identifica na carta ao CSM, que conjugado com o teor das decisões tomadas  no caso Lúcia Lobato, a levam a concluir que "a independência dos tribunais"  de Timor-Leste "pode ser posta em causa". 

Margarida Veloso alerta que, atendendo aos factos referidos no email,  um dos juízes internacionais do caso (também identificado na denúncia) decidiu  a desfavor da antiga ministra sob ameaça de não ver o seu contrato renovado.

Segundo factos relatados, a ameaça de não renovação do contrato de um  juíz português terá partido de uma magistrada timorense, caso este decidisse  a favor da libertação de Lúcia Lobato, através da aceitação do pedido de  'habeas corpus'. 

"Convém frisar que a gravidade dos factos não se circunscreve ao caso  concreto, e muito menos por a arguida ter sido uma destacada figura do anterior  Governo de Timor Leste, mas porque compromete de forma irremediável o sistema  judicial no seu todo, sobretudo num país em que o sistema de justiça está  numa fase embrionária e de consolidação", refere a carta enviada ao CMS  a que a Lusa teve acesso. 

Tendo sido inspetora judicial em Timor Leste durante três anos, Margarida Veloso (desembargadora jubilada em Portugal), salienta que "não pode deixar  de denunciar a situação perante as entidades competentes e para os efeitos tidos por convenientes". 


A juíza diz não encontrar justificação para aquilo que apelida de "erros  técnicos detetados", tanto mais que "qualquer dos magistrados tem experiência e excecional qualidade técnica".  

Nota ainda que a convocação de uma juíza timorense, que identifica, se fez ao arrepio das normas que preside à composição dos coletivos junto  dos Tribunais de Recurso. 

A antiga ministra da Justiça timorense, do Governo de Xanana Gusmão,  foi condenada a 8 de Junho a cinco anos de prisão pelo Tribunal Distrital  de Díli por participação económica em negócio relacionado com a compra de  fardamento para os guardas prisionais.

@Sic notícias 
18 de Abril de 2013

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