Arquiris Band, Foto Cortesia Tony Pereira |
Abordando um pouco sobre a musica em Timor,
Antigamente no tempo
dos nossos pais e avos eram mais populares entre outros as músicas de Cinco
Oriente, Arquiris Band e Abril Metan um famoso violinista e compositor com
grande prestígio musical, dando vida ao típico género de música kore-metan. O
ritmo musical por eles, adoptados continua a ser usado como referência pelos
nossos músicos pois tem um significado nostálgico e melódico para os seus
ouvintes mas demais ainda para os nossos "ferik & katuas" pois a
sua forca transporta-os para o seu tempo de antigamente fazendo-os reviver o
passado.
Recuando um pouco no
tempo relembro algumas melodias mais ouvidas:
Bo-lele-Bo
Mama Hakarak
Maria - 5 Oriente
A partir de 1975 a música
afirma-se como sendo um dos factores importantes no processo de luta. Através
das suas letras, a mensagem era transmitida para todos os timorenses na diáspora
tendo um maior impacto e influenciando as suas atitudes em consequência
despertando assim a atenção internacional.
I'm Still Fighting
Música de Cantor
Compositor Ágio Pereira "I'm Still Fighting" gravada em 1985.
Lemorai
Música de Amândio
Sarmento, "Lemorai" surge na década de 83/85. "Lemorai"
surgiu como um objectivo político a fim de reforçar a autoestima e motivar os
timorenses a não esquecer e continuar a lutar pela Independência e
Unidade Nacional, apelando assim apoio político e diplomático.
A diáspora levou a
música timorense a vários locais, onde se criaram novos géneros musicais
resultantes da mistura da música timorense com estilos de outras ex-colónias.
Após 1975, a música timorense passou a estar fortemente associada ao movimento
de independência. Por exemplo, a banda "Dili All Stars" em Austrália
lançou uma música que se tornou hino na luta pelo referendo sobre a
independência em 2000, e o Grupo Tata Mai Lau interpretou na cerimónia da
entrega do Premio Nobel da Paz em Dezembro de 1996 a musica "Ita Timor
Oan" em português "Nos Timorenses" que fala de União e
Liberdade.
Ukun Rasik Aan - Tata
Mai Lau
Tata Mai Lau surgiu
em 1984, foi um dos grupos Culturais mais conhecidos no estrangeiro. As suas actuações
pelo mundo fora serviram para representar não só a cultura e a tradição de
Timor mas também para divulgar e despertar as atenções da comunidade
Internacional para a situação do Pais, "ukun Rasik Aan" foi uma das músicas
mais ouvidas e proclamadas pelo grupo.
Por Ti Timor - Grupo
Lorico Timor
Interpretada pelo
Grupo Lorico Timor, letra de Moisés de Deus. "Por Ti Timor" foi a música
que mais tocou o coração dos Timorenses e da Comunidade Portuguesa e Internacional na altura
da crise do Setembro Negro em 1999. A letra fala por si...
Liberdade - Galaxy
O Grupo Galaxy surgiu
em 2002, a sua música representa o espirito revolucionário da juventude
timorense, incorporando a rebelia, o anticolonialismo, questões como a tradição,
o HIV, o género, o roubo dos recursos petrolíferos e a anti corrupção.
"Liberdade" apela a união pela reconstrução e desenvolvimento do
Pais.
Ita Nia Rain - Dália
"Ita Nia
Rain", faixa nr 2 do Álbum Liafuan lançado em Abril de 2011 em Timor.
Musica descoberta e promovida pela TV NHK introduzida no projecto "Breath For Peace" no Japão. Apos a Independência de Timor-Leste, esta música foi
criada no intuito de apelar a União dos Timorenses pensando na crise de
2006.
Makerek -
Alcatraz
Alcatraz, Anuku Loro
Sae, Detective Band, NFour, Rai Nain, entre outros, são um grupo de jovens timorenses de talento musical que
utilizam a sua música por forma a promover não só a língua e tradição do Pais
mas também de uma forma critica abordar e acompanhar a actualidade do mesmo.
O uso da musica na
historia de Timor Leste teve um impacto global extraordinário, uma vez que esta
foi utilizada como uma "arma" não só cultural, mas também politica,
tendo ajudado em muito a ultrapassar os problemas e as dificuldades do Pais e
mais importante ainda a dar a conhecer ao mundo através de melodias a situação
actual em que o Pais se encontrava, despertar a curiosidade e obter poder
critico de todos os ouvintes.
A criação de uma
identidade no mundo musical é uma obra austera, o percurso presenciado através
da musica timorense tem sido marcante e não obstante uma vez que ainda hoje é
incorporada pelos jovens. As musicas e danças tradicionais, utilizadas em
cerimonias de ocasiões especiais ao ritmo do nossos instrumentos babadok,
gongo, etc, e o típico kore-metan (uma referencia da nossa cultura) com
estilo único utilizado em cerimonias fúnebres ao som do violino, cabukina e
tola em que estes instrumentos desempenham um papel bastante relevante na
performance musical. O valor sentimental por esta cultura é abraçado pela nossa
geração, a nova geração de Timor Leste. E assim temos continuado, evoluído
e diversificando com as mais diversas cores alegres com que nos
identificamos.
Presente na vida de
todos, a música tem vários papéis. Ela lembra-nos de Momentos, expressa
sentimentos, ditam uma história, de uma forma ou de outra sem dar conta, a música
é a maior culpada de algumas das nossas atitudes e da forma como nos
expressamos. Ela é definitivamente uma "arma" incógnita utilizada
pelos seus maiores sabedores a fim de tentar alcançar um Desejo, e um
Sonho!
A nossa nova geração,
hoje, é conhecida como sendo expressiva, alternativa, e mais importante ainda
"Criativa", não esquecendo as nossas origens de expressão cultural os
aspirantes da musica e os jovens de talento musical enquadram com excelência o
que Ontem foi Passado para ainda Hoje ser Presente e Moderno.
O ser humano passa
por varias fases de desenvolvimento, nas quais as dificuldades são diferentes, próprias
de cada fase. No entanto, o processo de comunicação é comum a todas as mesmas.
Nesse sentido, acredito que a música contribui com uma valiosa ajuda aumentando
a autoestima de cada um abrindo diversos caminhos de comunicação
atingindo metas e ultrapassando etapas difíceis da nossa vida. A música é uma inspiração
contínua pela qual nos identificamos, moldamos pessoas e pensamentos,
revolucionamos e marcamos factos históricos, motivamos, damos apoio e
participamos na vida de toda a humanidade.
É importante para nós
músicos não apenas fazer musica mas também interiorizar a essência da música
como pilar fundamental da Humanidade! Como dizia o famoso Artista Pintor Americano James Whistler, "Um artista não é reconhecido pelo seu trabalho, mas pela sua visão."
A música evolui , como a nossa língua e a literatura, cresce, transforma-se consoante a nossa história de vida.
Dalia Kiakilir Agostinho
Oxford, 9 de Novembro 2013
Ler artigo na lingua Tetun: Muzika Timor, Hau Nia Hanoin
Oxford, 9 de Novembro 2013
Ler artigo na lingua Tetun: Muzika Timor, Hau Nia Hanoin
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