segunda-feira, 30 de março de 2020

TVI - Mentira e Manipulação, ( COVID-19 Portugueses em Timor-Leste)



Português Pedro Brinca, assessor do Conselho de Imprensa de Timor-Leste, residente em Dili desmente notícias recentemente publicadas pela Televisão Independente portuguesa (TVI) em que "Portugueses queixam-se de falta de segurança e sentem-se ameaçados."

Em publicação na sua pagina do Facebook Pedro Brinca diz "A TVI MENTIU E MANIPULOU", assim explica detalhadamente os Pivots e Peças de cada noticia publicada pela TVI.
Dalia Kiakilir
Oxford, 30 Março 2020

PIVOT

"Os portugueses em Timor queixam-se de um sentimento generalizado de insegurança e ameaças." - Falso, uma professora queixa-se...

"Muitos timorenses consideram os portugueses os responsáveis pela entrada do corona vírus no país." - Falso, aquilo que se sabe é que um jornal timorense publicou erradamente que havia um professor português infectado em Baucau. Essa notícia foi desmentida logo de seguida ao verificar-se ser uma juíza timorense que tinha regressado de Portugal. A notícia terá gerado alguns mal-entendidos que foram imediatamente esclarecidos.

"O sentimento de insegurança levou mesmo a que tivessem sido retirados de diversos locais do território e colocados em segurança na capital, Díli." - Falso, apenas os professores de Baucau foram retirados pelas razões apresentadas e os de Oecusse por ser um enclave e a Indonésia se preparar para fechar as fronteiras deixando esta região isolada.

"A animosidade levou mesmo o presidente timorense a pedir desculpas publicamente aos estrangeiros que possam ter sofrido qualquer desrespeito." - Falso, Ramos-Horta não é o atual presidente de Timor-Leste e quando pediu desculpas aos estrangeiros estava a referir-se a episódio relacionado com a Organização Mundial de Saúde no território.

PEÇA

"A denúncia partiu de uma professora portuguesa cooperante em Timor-Leste numa carta dirigida à Fenprof. “Os portugueses residentes em Timor-Leste estão a viver uma situação insustentável”." 
- Como poderão verificar no meu perfil e no grupo “Portugueses em Timor”, foram já reunidos imensos depoimentos de portugueses residentes em Timor-Leste, todos reportando uma situação calma e tranquila.

"A docente mantida anónima descreve a crescente desconfiança dos timorenses face aos estrangeiros que consideram responsáveis pela chegada e disseminação da Covid-19 ao país. “Sendo já constatável um sentimento geral de hostilização dos cidadãos estrangeiros, com consequências imprevisíveis (...) O sentimento de insegurança encontra-se hoje generalizado entre os cooperantes em Timor-Leste”."
- Essa suposta “desconfiança” foi já explicada acima, pelo que se compreende que foi um caso pontual. Há referências aos “Corona Malae” que não passam de brincadeiras e que só não são compreendidas por quem acabou de chegar ou não tem capacidade de inserção noutro contexto cultural.

"Os professores portugueses em Timor foram já transferidos para Díli. Só um pediu oficialmente o repatriamento, mas esta docente garante que há mais casos. “A quase totalidade dos professores pretendem o repatriamento imediato”."
- A transferência para Díli foi já explicada acima, mas curiosamente apenas um pediu o repatriamento. Aliás, do grupo de professores de Baucau, sete já regressaram ao referido município.

"A tensão no território timorense levou já o ex-presidente do país a pedir desculpas. “Peço desculpa a todos os nossos hóspedes que trabalham nesta Terra Amada quando algum timorense vos desrespeita. Como cidadão de Timor-Leste, curvo-me, baixo a cabeça, e peço desculpas”. Numa publicação feita na sua página oficial de Facebook, Ramos Horta deixa ainda um apelo: “Alguns já se esqueceram da solidariedade da comunidade internacional. Alguns deitaram fora o seu coração. O nosso povo tem que mostrar que nós temos um coração, e nos tempos bons e nos tempos maus, sempre acolhemos bem os nossos hóspedes”."
- Este pedido de desculpas está relacionado com um episódio em que um comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste criticou a Organização Mundial de Saúde o que levou o Primeiro-Ministro a pedir desculpas (https://observador.pt/2020/03/25/primeiro-ministro-timorense-pede-desculpa-a-oms-por-declaracoes-de-responsavel-policial/). O Dr. José Ramos-Horta associou-se a esse ato publicando o seu pedido de desculpas através do Facebook, texto a partir do qual foram retiradas estas frases de forma completamente descontextualizada, pois ele não faz qualquer referência aos professores portugueses nem a qualquer tensão com os estrangeiros.

"A TVI contactou a Secretaria de Estado das Comunidades para saber quando poderão ser repatriados estes portugueses, mas não obteve até ao momento qualquer resposta."
- De referir que a 24 de março o “Embaixador português diz não existirem registos de agressões a estrangeiros em Timor-Leste” (Lusa) e o “MNE diz que é preciso ver insegurança de portugueses em Timor-Leste tem algum fundamento” (Lusa), pelo que não é de admirar que ainda não tenha sido feito o repatriamento.

Pedro Brinca acrescenta: Na sequência das notícias difundidas pelo Público e TVI, e porque todos temos família e amigos em Portugal e no mundo, venho solicitar que os portugueses em Timor respondam a este post a contar como se sentem neste momento no país. Clique aqui.


Pedro Brinca
Assessor Conselho de Imprensa de Timor-Leste
Dili, Timor-Leste 30 Março 2020

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