Foto António José |
Ontem pelo final da tarde, atrasado com um stock de mercearia... acabei por não conseguir tomar bom café no único local em Dili, que eu conheça, em que o preço do café é 0,50 cêntimos... pois fecha pelas 18h... Sinto o trânsito mais rápido aos finais de tarde. Se souberem de outro, digam a ver. Peace Coffee. Até o nome tem pinta. É que os preços da "bica", "expresso" ou mesmo a "aguadilha" que muitos (não timorenses) servem nesta cidade, é matéria para custar em média 1,5 USD, 2 USD... já os vi a 3'USD. No Peace Coffee há bom som, muito bom café, de Same e a melhor preço.
Ali ao lado estava a decorrer um jogo para o Mundial de futebol... Timor-Leste vs Mongólia. É impressionante onde se empoleiram as gentes... dos postes de iluminação do estádio que tinham gente para lá de 1/3 da altura, aos muros com arame farpado, às árvores... estava à pinha! O mais fantástico são o crescendo de gritos agudos harmoniosos - mas guerreiros - de apoio quando o lance parece que se vai desenrolar com golo... O fenómeno parece ser igual em qualquer quadrante. Milhares de motas estacionadas na periferia do estádio e eis o local "ideal" para ajudar à festa e combinar encontrar alguém... no meio dos milhares que íam saindo. A Mongólia sofreu uma derrota por 4 - 1 ... Timor-Leste estava feliz e eu tinha de encontrar no meio de um "mundo" uma das pessoas com a qual falei, ao longo de largos anos, apenas duas ou três vezes ao telefone. O Francisco. Tinha-me ele dito ao telefone: "camioneta. Amarela com bandeira vermelha". Há milhares de camionetas amarelas do género. Andei 50 metros. Camioneta amarela, sem dúvida e na caixa aberta uma lona vermelha (não bandeira) movia-se como que sozinha... Ninguém na cabine de condução. Contorno o veiculo como tanta gente o estava a fazer em relação a tudo e vejo que anda um rapaz debaixo da lona... não era Francisco mas foi o Francisco que me topou. E ali estava ele. Um sorriso do tamanho do mundo. Estava na turba, fora do camião a ver se me via, eu a ele mas ele é pequenino, de altura, e o abraço que nunca lhe tinha dado ao vivo. Era como se o conhecesse desde sempre. Entro na cabine e deixo a porta aberta para entrar o tal rapaz da lona. Francisco diz que é "segurança" e vai na caixa aberta, debaixo da lona... que protege o arroz, pois chuviscava. Seguimos para Lecidere. A não mais de 100 metros, "estacionado", o Manu Tasi. Quanto à condução do Francisco é muito eficaz, não incomoda e é despachado. Rumo, Lecidere. Paramos. De um outro camião, um grupo de gente descarrega até à berma da praia ... da berma da dita, para um pequeno barco que por sua vez acosta ao Manu Tasi... nova trabalheira, descarrega e arruma. Tudo muito nas calmas. É bom! Gente que faz jogging ao longo do passeio... pára uma figura, que também corria de auriculares nos ouvidos, o Naikoli... Estamos neste momento em contacto com Oxford e aproveitamos todos para falar com Afaf. O arroz que está debaixo da lona na camioneta amarela já não seguia... o Manu Tasi já estava com o casco muito dentro de água. Fica para depois, diz o mestre de embarcação.
Um aviso à navegação e em especial aos/às amig@s timorenses: este fim-de-semana estarei ausente de Dili até segunda-feira...
Deixo-vos aqui com este feliz homem e feliz estou eu por o ter encontrado ... Emporio Armani ... O Francisco! para o AFAF ... Por Timor-Leste, Sempre! e cada vez mais!
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